segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Raio X

O problema em ser como as gotas d'água é que elas são quase imperceptíveis.

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Se adaptam a qualquer lugar em que as puserem, não tem forma ou cor própria.

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"Se houvesse como uma pessoa ser como a água, ela nunca se machucaria" - foi o que eu pensei.

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Um novo ano começa, - essa contagem de tempo... desculpa típica! - de certa forma, sinto, mais do que nunca, que tenho uma nova chance (não, não existem recomeços. É realmente uma nova chance!)

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Parece que estive em um sono profundo desde aquele dia. Aqueles dias. Desperto, porém, com todos os meus defeitos humanos. Não há o que consertar, estou buscando algo como "minha própria felicidade".

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Segurar coisas dentro de mim ainda se faz necessário, mas quando for a hora certa...

("Desejo que daqui em diante todos os sorrisos sejam sinceros.")

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Silêncio. Aqui e do lado de fora também. A luz que veio daí queimou meus olhos, mas me acostumei com a claridade, já posso sair.

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Som. - Chuva, chuva... me ensina a ser mais transparente.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

A minha cidade

Gotas.

Pareciam ser feitas de luz

Da janela do seu carro

Mas, espere...

Ainda não começou a chover.

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Gotas.

Uma, duas, todas.

Encharcam meu peito.

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Toco a janela, um suspiro me toca:

A menina lá fora não foge da chuva, espera.

Eu espero...

Sou um desperdício de esperança,

Mas amanhã talvez faça sol.

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Gotas.

As pequenas dançam pelo vidro,

Correm pelos cantos da calçada,

Tentam alcançar as pessoas

Que ignoram a cantoria das nuvens.

Amanhã?

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Gotas.

Naquela época tinham textura, cheiro, cor e gosto.

Naquela época o ontem era hoje,

E eu ainda esperava o amanhã.

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Não.

Vem tempestade, pode vir.

O sorisso que me deram você não pode tirar.